A 
ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, relatora das quatro 
ações de inconstitucionalidade contra a nova Lei dos Royalties do 
Petróleo, adianta que só levará os processos para análise do plenário em abril, 
depois do feriado da Semana Santa. A ministra esclarece que julgou apenas uma 
das quatro ações e precisa analisar os outros pedidos.
Assim como o Rio de Janeiro, também há 
questionamentos do Espírito Santo, de São Paulo e da Assembleia Legislativa do 
Rio de Janeiro. “São quatro ações, tenho que levar todas juntas. Só uma tem 150 
laudas só de petição inicial. A ministra Cármen Lúcia antecipa que vai trabalhar 
na semana que vem e liberar logo. “Pretendo terminar a Páscoa com isso pronto e 
liberado para os ministros, é muito material”, explica.
A 
ministra diz que precisa resolver o caso com urgência, contrariando o andamento 
normal desse tipo de processo, porque havia risco imediato aos orçamentos dos 
Estados e Municípios produtores. “Os royalties são distribuídos 
mensalmente. Então, na virada do mês, eles têm que saber qual é a regra que 
vale. Essa é a razão”, justifica.
Cármen Lúcia disse que o ideal seria levar 
o caso diretamente para o plenário do STF, mas que não haveria tempo para isso 
dado o quadro de insegurança jurídica. “Nesses sete anos no STF, em uma única 
ocasião me ocorreu isso”, disse a ministra, sobre a opção pela decisão 
individual.
Ao 
comentar o assunto hoje, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, disse 
que o Ministério Público ainda não analisou os pedidos nem a decisão da 
ministra, que considera “extremamente cuidadosa”. Gurgel disse que só deve 
conhecer os processos quando a ministra abrir vista ao Ministério Público. “Esse 
é um tema extremamente complexo que envolve toda a questão da federação 
solidária e que demanda exame muito aprofundado, que ainda não foi 
feito”.