O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) afirmou nesta terça-feira que a decisão da 
ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia de suspender os efeitos 
da derrubada do veto presidencial pelo Congresso à lei dos royalties do petróleo 
aponta, na opinião dele, para uma vitória da tese dos Estados produtores na 
Corte. Na segunda-feira (18) à noite, a ministra acatou liminar solicitada pelo 
governo do Rio para impedir a mudança na regra de distribuição dos recursos do 
petróleo até o julgamento do pedido em plenário.
"A Constituição limita as ações políticas. Foi um acordo que existiu ali em 
1988. A maioria política não pode passar por cima da Constituição", afirmou 
Lindbergh, antes da reunião da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, 
presidida por ele, que logo mais fará uma audiência pública com governadores 
para tratar do projeto que unifica a alíquota do Imposto sobre Circulação de 
Mercadorias e Serviços (ICMS).
Pré-candidato ao governo do Rio em 2014, Lindbergh Farias disse que a decisão 
do Supremo foi um "grande alívio", uma vez que prefeitos de regiões beneficiadas 
com recursos dos royalties ameaçavam demitir servidores e cortar programas 
sociais. No despacho, Cármen Lúcia suspendeu integralmente a lei, tanto para os 
campos já em fase de produção quanto para os que ainda não foram licitados. A 
ministra ponderou que o caso não deve ser apreciado pelo plenário do Supremo 
ainda este mês.
O senador do PT lembrou que, no momento em que o veto da presidente Dilma 
Rousseff foi derrubado pelo Congresso e os Estados produtores recorreram ao 
Supremo, tanto as regras para contratos passados quanto futuros passaram a ser 
passíveis de questionamento judicial. Ele acha "praticamente impossível" os 
Estados produtores perderem recursos dos contratos já em vigor e, a partir da 
decisão de Cármen Lúcia, crê também em vitória "em relação ao futuro".