O Congresso Nacional inicia os trabalhos de 2013 com a agenda focada em 
assuntos pendentes do ano passado: vetos, Orçamento e medidas provisórias com 
prazo a vencer estão entre as prioridades imediatas dos líderes partidários. 
“Essas questões precisam ser tratadas com urgência e deverão ser compromissos do 
próximo presidente”, disse o líder do PP, deputado Arthur Lira (AL).
Para o líder do PSB, deputado Beto Albuquerque (RS), votar o Orçamento é 
manifestação de respeito do Congresso ao País. "Não é possível que não sejamos 
capazes de colocar o Orçamento em dia", disse. Já o líder do PSD, deputado 
Eduardo Sciarra (PR), cobrou a votação dos vetos ao projeto do petróleo. 
"Precisamos resolver essa questão do pré-sal, porque precisamos fazer os leilões, o 
que não poderá ocorrer enquanto essa questão estiver pendente", disse.
O presidente do Congresso, senador Renan Calheiros, iniciou a sessão 
legislativa convocando sessão do Congresso para esta terça-feira (5), às 17 
horas, a fim de analisar o projeto de lei do Orçamento de 2013 (PLN 24/12).
Orçamento e vetos
Para o líder do governo, deputado 
Arlindo Chinaglia (PT-SP), as prioridades desta semana são o Orçamento e duas 
medidas provisórias (581/12 e 582/12) que trancam a pauta do Plenário. A primeira medida 
destina recursos do Fundo de Desenvolvimento do Centro-Oeste para os três 
estados da região e o Distrito Federal; a segunda amplia a desoneração da folha 
de pagamentos para a construção civil e o comércio varejista. “Se não votarmos 
nesta semana, não dará tempo para o Senado votar antes do Carnaval”, disse 
Chinaglia.
Chinaglia também reconheceu que a oposição, buscando impedir a votação do 
Orçamento, pode dificultar o alcance do quórum necessário para a votação.
No ano passado, foi feito um acordo entre líderes para que o Orçamento fosse 
votado nesta terça-feira (5). A oposição, no entanto, negou o compromisso e 
exigiu a análise dos 3.025 vetos existentes na pauta do Congresso. Entre eles, 
estão os vetos da presidente Dilma Rousseff ao projeto que redistribui os royalties do petróleo entre 
todos os estados e municípios. Parlamentares querem derrubar o veto para 
garantir a redistribuição, entre todos, dos recursos distribuídos por contratos 
já em vigor.
O argumento da oposição é o de que a decisão do Supremo Tribunal Federal, de 
dezembro passado, que impediu a votação em regime de urgência dos vetos dos 
royalties determina que os vetos trancam todas as votações do Congresso. "[A 
votação do Orçamento antes dos vetos] contraria decisão judicial", disse o líder 
do PSDB, Carlos Sampaio (SP).
A dúvida sobre o alcance da decisão do STF impediu a votação do Orçamento no 
ano passado e levou o ministro Luiz Fux, responsável pela decisão, a divulgar 
nota à imprensa explicando que a sua decisão não afetaria a tramitação do 
Orçamento. No entanto, para o líder do DEM, deputado Ronaldo Caiado (GO), a nota 
do ministro não tem valor jurídico. "Os ministros falam no voto, no processo, e 
o que está lá é o que a Constituição determina: ao não se votar o veto em 30 
dias, a pauta está sobrestada", disse. "Não votaremos Orçamento sem antes 
resgatar a prerrogativa de votar os vetos no prazo de 30 dias da decisão do 
Executivo", emendou Caiado.
Já o líder do PPS, Rubens Bueno (PR), alertou que a votação do Orçamento pode 
estar comprometida por conta da insatisfação dos deputados com o ritmo da 
liberação das emendas parlamentares. "Não é a primeira, nem a segunda vez que a 
liderança do governo assume compromisso de fazer que emendas sejam empenhadas e 
pagas e isto não é honrado. Assim, não tem acordo para votar", disse.
O líder do PT, deputado José Guimarães (CE), garante que o acordo para 
votação do Orçamento nesta terça foi selado no final do ano passado e disse que 
a oposição vai ceder aos apelos governistas. "O Orçamento tem de ser uma peça 
que interessa o país, os estados, os municípios, os investimentos. Ele não pode 
ser tratado assim e, com esse discurso, eu vou ganhar a oposição", 
disse.