A presidente Dilma Rousseff convocou pelo menos dez ministros para começar a 
costurar medidas que podem ser anunciadas no encontro com prefeitos, que ela 
comandará na próxima segunda-feira, dia 28 de janeiro. Dilma não pretende chegar 
de mãos abanando na reunião com os mais de cinco mil prefeitos de todo o País e 
quer evitar problemas como os que teve durante a marcha, em maio do ano passado, 
quando foi vaiada ao defender manutenção das atuais regras de distribuição dos 
royalties do petróleo para os contratos já firmados.
Ainda não há um número fechado de recursos a serem anunciados para liberação 
para os municípios. Mas, a presidente Dilma pediu que a área econômica verifique 
se há alguma viabilidade de atendimento a uma antiga reivindicação dos 
prefeitos, que é o "encontro de contas".
A área econômica e o próprio governo sempre tiveram resistência a este antigo 
pedido da Confederação Nacional dos Municípios. Este "encontro de contas" prevê 
a contabilização de débitos e créditos das contas dos municípios, de um lado, e 
da Receita Federal e o Instituto Nacional do Seguro Social, de outro. Não há 
sinalização de que este antigo impasse possa ser resolvido. Mas, pela primeira 
vez neste governo o assunto está sendo colocado na pauta de discussões. Muitos 
prefeitos pleiteiam ainda perdão das dívidas com INSS por seis meses, o que é 
descartado pelo governo.
Na reunião desta segunda, a presidente Dilma orientou os ministérios ligados 
à área social, saúde e infraestrutura que preparem apresentações a serem feitas 
aos prefeitos, destacando os principais programas e convênios que podem ser 
feitos em parceria com o governo federal. O Planalto quer que os prefeitos sejam 
instruídos didaticamente na elaboração de projetos para que eles possam se 
transformar em parcerias concretas, no menor tempo possível, para beneficiar a 
população.
Na área de educação, por exemplo, o governo quer empenhar esforços para a 
construção de mais creches e promover o fortalecimento do Programa Nacional de 
Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), um dos xodós de Dilma. "A 
presidente Dilma quer um monitoramento dessas principais ações, em tempo real", 
disse assessor palaciano.
Outra grande queixa dos prefeitos é a redução do repasse do Fundo de 
Participação dos Municípios, que é a principal fonte de arrecadação da maioria 
das prefeituras brasileiras. O governo quer ver como pode ajudar a melhorar este 
repasse para muitos dos municípios, que, em alguns casos, estão sem receber 
recursos.