Os dados são alarmantes. Segundo informações da Secretaria de Saúde do Estado 
(Sesab) de janeiro até outubro deste ano foram notificados 68.414 casos de 
dengue na Bahia. O número representa um acréscimo de 31,6% em relação ao mesmo 
período do ano passado, quando foram registrados 51.987 casos.
Salvador, Itabuna, Feira de Santana, Ilhéus, Senhor do Bonfim, Guanambi, 
Serrinha, Jacobina, Jequié e Teixeira de Freitas concentram 44,9% das 
ocorrências.
O Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypt (LIRAa) aponta 
que a Bahia possui o município com maior índice de infestação predial (IIP) do 
país, já que Itabuna apresenta a situação mais grave com risco de surto, 
equivalente a 18,4. Além de Itabuna, outros 26 municípios baianos apresentam 
risco de surto, com IIP maior que 3,9.
Em estado de alerta foram contabilizados 37 municípios com IIP igual ou menor 
que 3,9, inclusive Salvador, com IIP de 2,1. Já com situação satisfatória, a 
Bahia conta apenas com 18 cidades. Os municípios Canápolis, Casa Nova, Castro 
Alves, Correntina e Mucuri apresentam zero de infestação.
Segundo o Ministério da Saúde, os dados apontam a Bahia como o terceiro 
estado em número de mortes causadas pela dengue, perdendo para o Ceará e o Rio 
de Janeiro, sendo que estes representam redução com relação a 2011, de 48% e 
73%, respectivamente. Na Bahia, ao contrário, já se percebe significativo 
aumento de 81% no número de mortes por dengue (de 16 em 2011 para 26 em 
2012).
Em visita a Tribuna, José Abelardo Garcia de Meneses, presidente do Conselho 
Regional de Medicina do Estado, e César Amorim, representante da Associação 
Bahiana de Medicina (ABM), integrantes do Conselho Superior das Entidades 
Médicas da Bahia (Cosemba) destacaram o risco que uma epidemia representa para a 
saúde pública.
Na ocasião, apresentaram ao diretor do jornal e presidente da Associação 
Baiana de Imprensa (ABI), Walter Pinheiro, carta enviada à Secretaria Municipal 
de Saúde, Ministério Público, Vigilância Sanitária, Secretaria Estadual da 
Saúde, Conselhos de Saúde e gestores dos 27 municípios em situação de risco, 
apontados pelo LIRAa, com dados e necessidade de mobilização preventiva. “Nosso 
objetivo é que os atuais gestores estejam cientes dos riscos e preparados para o 
combate”, destaca Meneses, ressaltando a importância da participação da imprensa 
na divulgação.
“Precisamos de grande divulgação no Estado e para isso queremos apoio da 
imprensa para conscientização e alertar dos gestores nas possíveis falhas para 
que possamos reverter a situação”, afirmou.
De acordo com Walter Pinheiro, o alerta é oportuno, uma vez que aproxima-se o 
verão, estação do ano considerada mais perigosa para reprodução do mosquito 
transmissor da doença. “O problema é sério, principalmente para as pessoas mais 
carentes. Todo apoio que pudermos fazer será feito. O papel da imprensa é 
contribuir com a comunidade”, afirmou o diretor-presidente do jornal.
Mudança de hábitos
Segundo boletim epidemiológico emitido pela Sesab, em relação as formas mais 
graves da doença os dados são ainda mais perigosos. Dengue com complicações 
(DCC), Febre Hemorrágica da Dengue (FHD) e Síndrome do Choque da Dengue (SCD), 
foram confirmados 211 casos em 70 municípios.
Até o momento foram confirmadas 27 mortes
-- Baixa 
Grande-1
-- Camaçari-2
-- Conceição do Jacuípe-1
-- Dias 
D’Ávila-1
-- Feira de Santana-1
-- Guanambi-1
-- Ibicaraí-1
-- 
Ilhéus-1
-- Itabuna-2
-- Itaparica-1
-- Jacobina-2
-- Jequié-2
-- 
Matina-1
-- Mirangaba-1
-- Mucuri-1
-- Nordestina–1
-- 
Ourolândia-1
-- Salvador-4
-- Vera Cruz-1
-- Porto Seguro-1
José Meneses ressalta o papel dos gestores públicos, privados e da população 
no combate ao mosquito transmissor. “Aos gestores cabe adotar medidas efetivas 
para o pronto atendimento, envidar todos os esforços na tarefa de garantir aos 
hospitais e postos de saúde os insumos necessários como equipamentos, 
infraestruturas, viaturas, central de atendimento 24 horas e profissionais 
treinados. Já à população cabe as mudanças de comportamentos e conscientização 
da gravidade da doença, que se prolifera em criadouros domésticos”, explica.