Após as eleições municipais, marcadas para este domingo, dia 7 de outubro, os 
prefeitos, vereadores e secretários estão convocados para uma Mobilização 
Municipalista em Brasília. Na quarta-feira, dia 10, no auditório Petrônio 
Portela do Senado Federal, os gestores devem alertar o Congresso e o governo 
federal para a crise financeira que dificulta o final de 
mandato.
O convite é feito pelo presidente da Confederação 
Nacional de Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski. “Conclamamos a todos para estarem 
presentes para avaliarmos a conjuntura do final de mandato. A crise é muito 
grande e tende a agravar e os novos gestores vão encontrar as prefeituras nesta 
situação”, alerta.
A crise da qual se refere o presidente Ziulkoski ocorre 
por conta da redução na arrecadação de impostos, como a Contribuições de 
Intervenção no Domínio Econômico (Cide) – que teve a alíquota zerada – e a 
desoneração no Imposto de Produtos Industrializados (IPI). E se agravou com 
repasses cada vez menores do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) em 
2012.
Consequências da crise
A ideia de 
reunir os gestores municipais em Brasília e expor as preocupações foi tomada 
pelo Conselho Político da CNM. A Confederação e as entidades estaduais, por meio 
dos presidentes, receberam nos últimos meses, diariamente, a queixa dos 
prefeitos em razão da crise. Eles estão com receio de não conseguirem fechar as 
contas das prefeituras antes de entregar o cargo para os novos 
gestores.
Quando um prefeito não consegue fechar as contas no final de mandato, ele deixa 
restos a pagar para a próxima gestão e isso é crime, previsto na Lei de 
Responsabilidade Fiscal (LRF). A consequência pode ser um processo judiciário. 
“Se isso ocorrer, e a CNM estima que esse número pode ser grande, o prefeito 
pode até ser preso”, explica Ziulkoski.
De acordo com levantamento da CNM, mais de 3,5 mil 
prefeitos poder se tornar fichas sujas porque o dinheiro disponível em caixa não 
é suficiente para arcar com todas as obrigações impostas aos Municípios. E será 
“praticamente inevitável não deixar contas a pagar”, esclarece  o 
presidente.
Convite
Além das inúmeras 
atribuições, as isenções pioraram a situação dos Municípios. “Nós estamos 
deixando de receber quase R$ 500 milhões. Tudo por renúncia do governo”, 
ressalta Paulo Ziulkoski.
Portanto, para buscar soluções em meio a tantos 
problemas, a CNM reforça o convite para todos os gestores municipais, até mesmo 
os eleitos no dia 7, participarem da Mobilização Municipalista, 
prevista para começar às 9 horas da manhã.
“Nosso trabalho é político e só os senhores prefeitos 
poderão encontrar algo para amenizar esse final de mandato. Vamos reiniciar após 
eleição nossos trabalhos e buscar algum apoio do governo federal, no Congresso 
para esse fim de ano”, finaliza Ziulkoski.